quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

COLLOR E PAULO ÓCTAVIO, AMIZADE ANTIGA





Folha publica detalhes da relação de Paulo Octávio com Fernando Collor

24/02/2010 - 17:47 -

O Jornalista João Domingos, publica hoje na Folha de São Paulo, detalhes da relação do empresário Paulo Octávio, que pediu renúncia do Governo do Distrito Federal e desfiliação do Democratas, com o senador alagoano Fernando Collor de Melo.

Segundo ele, Paulo Octávio é o empresário mais bem-sucedido entre todos os que fizeram da capital do País seu lugar de negócios. Comanda, hoje, uma holding de 14 empresas nas áreas de construção, venda e administração de imóveis, concessionárias de automóveis, hotelaria, shopping centers, comunicações e propaganda e marketing. Aos 60 anos, completados no dia 13, dois dias depois da prisão de José Roberto Arruda, tem fortuna avaliada pelo mercado em cerca de R$ 700 milhões – ao TSE, declarou patrimônio de R$ 323,5 milhões.

O empresário que hoje exibe sua marca na maioria dos prédios de Brasília não nasceu rico. Desde adolescente, quando se mudou para a capital recém-inaugurada, aproximou-se de pessoas poderosas. A primeira foi Fernando Collor, então um playboy que residia em Brasília com o pai, o senador Arnon de Mello. Um outro garoto, que também se tornaria um próspero empresário, e se enredaria numa série de escândalos no futuro, também andava na mesma roda: Luiz Estevão.

Quando o já presidente Collor protagonizou o escândalo dos cheques assinados por correntistas fantasmas, misturado a extorsão a empresários feita pelo ex-tesoureiro de sua campanha, Paulo Cesar Farias, o PC, Paulo Octávio e Luiz Estevão emprestaram seus nomes para tentar salvar o amigo. Para justificar a origem do dinheiro, investigada por uma CPI, em 1992, Collor apresentou papéis de um empréstimo de U$ 5 milhões, tomado no Uruguai – a chamada Operação Uruguai. Os avalistas eram Paulo Octávio e Luiz Estevão. Este último, como todos sabem, acabou sendo eleito senador em 1998 e foi cassado em 2000 sob a acusação de ter desviado cerca de R$ 170 milhões da obra do TRT de São Paulo.

Paulo Octávio começou sua vida profissional vendendo seguros. Depois, virou corretor de imóveis. Casou-se com uma filha do então ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca (governo de João Figueiredo de 1979 a 1985). Associou-se então ao empresário Sérgio Naya (que construiu o Edifício Palace II, que desabou no Rio de Janeiro). Na capital, eles levantaram o Hotel Saint Paul, numa das áreas centrais de Brasília. A Marinha comprou na planta 40 dos 272 apartamentos do prédio.

Quando Fernando Collor foi eleito presidente, em 1989, os negócios de Paulo Octávio cresceram ainda mais. Ele teria indicado os dirigentes da Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal. Conseguiu, por aí, financiamentos para três grandes obras: o Hotel Alvorada, que fica ao lado do Palácio da Alvorada, o Brasília Shopping e um grande projeto de construção de prédios de apartamentos.
Separado da filha do almirante, ele se casou com Anna Cristina, neta do ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Assim como seus dois amigos de adolescência – Collor e Luiz Estevão – Paulo Octávio entrou para a política. Mas, assim como ocorreu com os amigos, parece haver uma maldição quando o trio se envolve em política. Collor foi cassado (cumpriu oito anos de perda de direitos políticos e voltou à atividade, como senador); Luiz Estevão também. Paulo Octávio renunciou ao governo quando corria o risco de sofrer um impeachment.

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