quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Brasileiros estão trocando de emprego mais vezes por ano, diz estudo

Os trabalhadores brasileiros estão ficando por menos tempo em um só emprego. A taxa de rotatividade brasileira passou de 45,1% em 2001 para 53,8% em 2010. Os números foram constatados pelo departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), em parceria com o Ministério do Trabalho. A parceria rendeu um livro que é lançado nesta terça-feira.
Entre 2008 e 2010, de cada 100 contratos de trabalho no estoque médio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), 50 correspondem ao volume de desligamentos. O estudo aplicado pelo orgão do ministério do Trabalho mostra ainda que as maiores taxas de rotatividade estão nos setores da construção civil e da agricultura. Só em 2009, a construção civil teve uma taxa de rotatividade de 108% e a agricultura de 98%. vale destacar que estes dois setores têm uma característica sazonal muito forte.
Na sequência estão os setores do comércio (58%), serviços (54%), indústria de transformação (50%) extrativa mineral (27%) e serviços de utilidade pública (25%).
Uma pequena parcela do total de empresas incluídas na Rais seria responsável pela alta taxa de rotatividade, segundo evidencia a pesquisa. Os dados mostram que, em 2010, 126 mil estabelecimentos (5,8% do total) foram responsáveis por 14,4 milhões de desligamentos de trabalhadores de um total de 22,7 milhões registrados naquele ano.
Em 2009, 111 mil (5,5% do total) estabelecimentos foram responsáveis pelo desligamento de 12,3 milhões de trabalhadores de um total de 19,9 milhões de demissões.
O estudo conclui que a alta taxa de rotatividade já está entranhada no mercado de trabalho brasileiro e que isso ocorre por causa dos "ajustes de mão de obra praticados pelas empresas, por meio de milhões de desligamentos, seguidos de admissões a cada exercício da Rais, para os quais concorre decisivamente a flexibilidade contratual".
Cai número de efetivação de temporários no Brasil
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) reduziu a previsão de efetivação de trabalhadores temporários neste fim de 2011. A estimativa era que 29% dos 147 mil contratos sazonais fossem transformados em contratos por tempo indeterminado. Devido ao desaquecimento da economia e à alta nos preços dos produtos e serviços, a associação reduziu a previsão para 20%.
"Apesar da redução, quase 30 mil pessoas podem ter seus contratos transformados em efetivos, o que é bastante positivo", ressaltou a diretora de Comunicação da Assertem, Jismália Alves. A maior parte das contratações temporárias, 70%, deverá ocorrer no comércio.
A Região Sudeste admitirá metade dos trabalhadores sazonais (51,26%), com a abertura de 75,2 mil vagas. Desses, 59,14% (44,5 mil empregados) vão trabalhar no estado de São Paulo. Os jovens entre 18 e 39 anos devem ser maioria (65%) nos postos temporários.
Com informações da Agência Brasil

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