segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Projeto de lei pretende acabar com sal na mesa de bares e restaurantes de Pernambuco


Do Diário de Pernambuco

Um projeto de lei do deputado estadual Pastor Cleiton Collins (PP) pretende acabar com a presença de saleiros e sachês de sal em mesas e balcões de bares, lanchonetes e restaurantes do estado. O projeto de lei 2163, publicado nesta sexta-feira (21) no Diário Oficial do Estado, decreta que sal de cozinha e soluções aquosas de sal só podem ser fornecidos quando requisitados pelo cliente.

A justificativa da ideia é “conscientizar a sociedade dos malefícios na ingestão demasiada de sódio, proibindo, então, a visualização do ingrediente pelo consumidor”. “No Brasil há um alto consumo de sal. E quando ele está exposto, fica mais atrativo”, explicou o deputado estadual Pastor Cleiton Collins. De acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma dieta saudável de um adulto não pode ter mais de 2 gramas de sódio por dia. Entretanto, no Brasil, a média de consumo diária é de 4,46 gramas.

O agravante é que 70% disso é adicionado aos alimentos pelo próprio consumidor, em forma de sal de cozinha. “O sal retém água no organismo e piora a reatividade do tecido que recobre todos os vasos. Uma ingestão aumentada também pode causar inchaço e descontrolar a pressão arterial”, explicou a cardiologista responsável pelo programa de insuficiência cardíaca e transplante cardíaco do Imip e do Real Hospital Português, Deuzeny Tenório.

A hipertensão pode causar doenças renais, cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) , entre outras complicações. Segundo a médica, porém, o sal é necessário e não pode ser completamente retirado das dietas. “Não faz mal, desde que consumido em quantidade adequada. O mais importante é ter cuidado, educar as crianças desde cedo, evitar comidas em conserva”, orientou Deuzeny Tenório.

O projeto de lei ainda passará por tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Se aprovado, ele prevê penalidades que vão de advertência a multa de R$ 1 mil a R$ 4 mil (levando em consideração o porte do estabelecimento penalizado). A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel-PE) afirmou que só irá se pronunciar na próxima semana sobre o assunto.

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