sábado, 21 de fevereiro de 2015

Compesa admite usar volume morto da barragem de Botafogo, que abastece a área norte da RMR

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Pernambuco tá ficando chique como São Paulo. Com direito a contar até com o uso da palavra da moda, volume morto.
Nesta sexta-feira, pela primeira vez, a Compesa admitiu o uso do volume morto da Barragem de Botafogo, localizada em Igarassu, classificada como em situação muito delicada. A empresa diz que o uso é necessário em função da pior seca dos últimos 50 anos.
Hoje, o reservatório está com apenas 16% da sua capacidade. Caso não chova nos próximos 30 dias, a Compesa terá que fazer uso do volume morto. A expectativa dos técnicos da companhia é que isso ocorra quando o reservatório atingir 14% do seu volume total, caso não chova neste período.
Buscando preservar este manancial até o próximo mês de maio, período habitual das chuvas, a Compesa decidiu, no final do ano passado, ampliar o racionamento em vários bairros das cidades de Olinda, Abreu e Lima, Igarassu e Paulista, que são abastecidas por este sistema.
O diretor Regional Metropolitano da Compesa, Fernando Lôbo, esteve hoje na barragem, acompanhado de técnicos, para checar a atual situação do manancial.
Segundo o diretor, a Compesa já está se antecipando aos fatos.
Para acessar o volume morto a Compesa irá usar bombas submersas fixadas em uma balsa para fazer o bombeamento da vazão de 200 l/s, quando o nível da barragem estiver abaixo da última tomada de água.
O flutuante, como a balsa é chamada, só será usado quando o nível na barragem não mais permitir a captação por gravidade através da comporta localizada na torre da tomada de água.
“A partir desta data, se não chover, a única alternativa será usar o volume morto da barragem. A medida é preventiva e demonstra a nossa preocupação com o abastecimento de água para que a população da área norte da RMR não sofra mais prejuízos”, antecipou o diretor.
A Barragem de Botafogo detém atualmente o pior volume de armazenamento de água da Região Metropolitana do Recife. “Precisamos tomar todas as providências possíveis no sentido de reduzir os danos causados pela seca aos nossos clientes”, adiantou Lôbo.
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Transposição do Capibaribe
Atualmente, a Compesa, além de se preparar para utilizar o volume morto, está buscando viabilizar, através do Governo do Estado, recursos financeiros junto ao Ministério da Integração visando a execução de obras emergenciais para atender essa região.
Um dos projetos é a transposição do Rio Capibaribe para a Barragem de Botafogo, que envolve uma captação a fio d’água por canal de aproximação, uma estação elevatória (sistema de bombas) e 6.600 metros de adutora nos diâmetros que variam de 900 a 600 mm até um riacho contribuinte do referido manancial.
De acordo com Fernando Lôbo, esse sistema terá capacidade para transferir as vazões de 400, 800 ou 1.200 l/s, a depender da época do ano.
Para viabilizar estas ações, o investimento será de cerca de R$ 30 milhões, cujo projeto já está finalizado. Outro empreendimento, que irá reforçar o abastecimento dessas cidades, é a obra de ampliação do sistema adutor a partir do Rio Arataca, cujos dados hidrológicos indicam a possibilidade de uma vazão de 1.000 l/s, valor bem superior ao retirado atualmente pela Compesa, que é de 450 litros de água por segundo.
Esta alternativa também já foi apresentada ao Ministério da Integração. No momento, encontra-se em elaboração o Termo de Referência para contratação do respectivo projeto.
“As duas alternativas para ampliação da produção de água acarretarão melhorias significativas no abastecimento da Zona Norte da Região Metropolitana”, complementa Fernando Lôbo.

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