quarta-feira, 25 de março de 2015

Em Carpina a polêmica fica entre vereador e LGBT pela novela Babilônia

Carpina:Vereador Tota Barreto pede à população para boicotar a novela Global "Babilônia"

Em Carpina, na Mata Norte pernambucana, o vereador evangélico Tota Barreto (PSB) fez um pronunciamento, na Câmara Municipal, pedindo a população que boicote a novela Babilônia, da Rede Globo, que teve início essa semana mostrando um beijo entre as personagens das atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.
Para o vereador, a novela “violenta as famílias brasileiras” e permite a entrada do “anticristo” nas casas das famílias. Ele acredita que a Rede Globo financiou uma violência à comunidade cristã.
“A Babilônia que a Rede Globo coloca hoje dentro de nossas casas é a mesma Babilônia dos tempos antigos. Quando se fala da vida do anti-cristo, ele já entra em nossas casas desta forma dissimulada”, afirma.
“Aqui não vai uma colocação homofóbica. Porque homofobia não respeita as diferenças e agride. Nós podemos não aceitar, mas nós não agredimos”, explica.
“Eu conclamo a sociedade carpinense para que nós nos tornamos conhecidos no Brasil como a cidade onde a Rede Globo tem o menor índice de audiência no horário dessa novela que desmoraliza a família e o cristianismo”, pede em seguida.

Fonte:http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2015/03/18/em-carpina-vereador-evangelico-pede-a-populacao-para-boicotar-a-novela-babilonia/

DIREITO DE RESPOSTA : Movimento LGBT e ativistas sociais divulgaram carta pública de repúdio sobre atitude desrespeitosa da Câmara Municipal de Carpina

Militantes, ativistas e cidadãos de Carpina estão se mobilizando através das redes sociais para pedir à Câmara de Vereadores da cidade uma audiência pública para dar voz ao movimento LGBT e também cobrar um posicionamento ao presidente da casa legislativa, Dudu Izidoro, sobre o depoimento do vereador Tota Barreto, os dois da mesma legenda PSB. Além da carta, extiste um abaixo assinado virtual que foi feito na buscativa de ganhar força. 

CARTA PÚBLICA AO POVO CARPINENSE E À CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DO CARPINA

Os/as militantes e ativistas sociais vêm a público reafirmar a necessidade da garantia dos direitos humanos, básicos e fundamentais para uma sociedade que respeite a diversidade de gênero, sexual e humana, a livre expressão, o amor livre e, inclusive, com políticas públicas de qualidade, socialmente referenciada para todos e todas, principalmente as lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros (LGBT).
Os/as cidadãos/cidadãs do Carpina, repudiam as manobras realizadas por alguns políticos, que se autoproclamam defensores da moral, dos bons costumes e da família tradicional, mas que, ao verbalizar o preconceito contra a comunidade LGBT, estão estimulando o ódio, o desrespeito e as violações de direitos com essa parcela da população, historicamente discriminada e vulnerável da sociedade, na maioria deles e delas, pretos e pobres. A pauta de lutas incide sobre o reconhecimento das pessoas LGBT como sujeitos de direitos, sobretudo o direito a amar e ser amado.
Solicitamos, dessa forma, em nome de todos e todas que se sentiram coagidos/as diante das palavras agressivas e preconceituosas de um representante do povo, que utilizou o direito de voz concedido pelo povo (inclusive os LGBTS) para violentar o direito das minorias e, assim, incitar o ódio, a discriminação e a violência de gênero, que a Câmara Municipal de Vereadores do Carpina tome um posicionamento em relação ao depoimento do vereador Tota Barreto (PSB) que, reafirmamos, utilizando o seu mandato e a tribuna desta Casa do Povo, convocou a população a se rebelar contra o “beijo gay", o que representou um retrocesso e um claro e evidente ataque à diversidade. Pedimos que seja convocada uma audiência pública sobre o tema e que a sociedade civil possa participar através dos movimentos e entidades sociais com direito a fala.
Defendemos e reforçamos, nesse sentido, que as pessoas LGBT não tenham medo de andar de mãos dadas, beijar e fazer as mesmas carícias que outros casais podem trocar em locais públicos. Ninguém tem o direito de pedir que você pare de fazer aquilo que é permitido aos demais. Expressar seu carinho não significa agredir ninguém e você não precisa ficar constrangido por isso. Se você sofrer preconceito, discriminação e/ou violência em razão da sua sexualidade em qualquer lugar público, não se cale: denuncie. Quando você se deparar com uma pessoa que utiliza das redes sociais ou qualquer outra manifestação homofóbica na internet e outros meios, denuncie.

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