quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Crise leva governo estadual a cortar apoio financeiros a shows e festas

Paulo Câmara foi enfático ao tratar do assunto: 'Não temos mais condições de bancar isso'

Franco Benítez

Paulo Câmara diz que momento é de ajustes duros e de compressão
Sérgio Bernardo/JC Imagem

Aos poucos, o governo estadual começa a divulgar os cortes que as secretarias precisarão fazer nos serviços oferecidos à população por conta da crise econômica. Uma das primeiras resoluções da política de ajustes definida na última segunda-feira atingirá em cheio as prefeituras. “Vamos tomar medidas duras e restringir shows, festas e apoios totalmente a partir de agora. Não temos mais condições de bancar isso”, informou Paulo Câmara (PSB) nessa terça-feira (25) após participar de uma cerimônia de formação de novos sargentos no Centro de Convenções.

Foi nesse mesmo local, aliás,  há dois meses, durante o lançamento do Mapa da Estratégia de sua gestão, que o governador afirmou que tiraria a palavra “crise” do seu vocabulário. A prática, porém, tem sido diferente. “É aperto, não podemos negar isso. A gente previu um ano difícil, mas está sendo mais difícil ainda e temos que nos adaptar à realidade”, falou o governador (assista a seguir ao governador falando da crise no Estado).

Paulo informou que os técnicos do governo, na busca pela redução de gastos, estão orientados a analisar contrato por contrato e que os cortes não vão poupar nem o seu próprio gabinete. Ele garantiu confiar na experiência dos secretários para realizar os ajustes de modo que o prejuízo à população seja o mínimo possível. “É um trabalho duro, porém necessário. O tempo exige compreensão”, disse.

O secretário de Turismo, Esporte e Lazer, Felipe Carreras, afirmou que não vê problemas na decisão de contigenciar os recursos para a realização de eventos e informou que a medida vale daqui para frente. “O que já havia sido pactuado (de apoio financeiro) dentro do calendário turístico está garantido”, detalhou.

De acordo com o governador, ações mais drásticas podem ser tomadas caso o arrocho nas contas estaduais continue. “Não descarto até o final do ano fazer algum tipo de reforma que possa diminuir o número de secretarias. Isso vai depender dos proximos meses”, declarou, reforçando o que havia dito o secretário estadual da Fazenda, Márcio Stefanni, em entrevista à Radio Jornal nessa terça-feira. 

Também houve uma sinalização de que  se as finanças locais ficarem abaixo do que se espera em 2016 o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) será alvo de uma análise . “As previsões não são boas e são  de continuarmos em recessão. Seria um fato inédito. A ultima vez que tivemos recessão por dois anos seguidos foi em 1930 e 1931”, avaliou.

SARGENTOS - No Centro de Convenções, o governador diplomou 1.579 novos sargentos. Desse total, 963 farão o policiamento da Região Metropolitana,  228 irão para o Agreste, 219 para o Sertão e 169  atuarão na Zona da Mata. “Temos o compromisso com o povo de buscar fazer de Pernambuco um Estado cada vez mais seguro”, discursou Paulo. Na ocasião, ele voltou a defender o programa Pacto pela Vida.

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