sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Moradores de rua são atendidos pelo 'Consultório na Rua' em Petrolina

Programa começou a ser desenvolvido em março de 2015 em Petrolina. Mais de 270 pessoas já foram atendidas e 1.125 atendimentos realizados.

Por Taisa Alencar

Do G1 Petrolina

Equipe atende moradores de rua em Petrolina (Foto: Divulgação / Secretaria de Saúde de Petrolina)

 

Há cinco meses os moradores de rua de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, começaram a receber serviços de atenção básica de saúde. Através do 'Consultório na Rua', uma equipe de multiprofissionais realiza atendimentos para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social. O programa funciona de forma itinerante e percorre todos os bairros da cidade, com ênfase para os locais onde a aglomeração de moradores de rua é maior.

De março a junho de 2015 foram atendidas 273 pessoas, com 1.125 atendimentos realizados em diversas áreas. O trabalho é realizado sempre de segunda a sexta-feira, das 15 às 21h. "Nós temos um serviço de atenção básica, assim como uma Unidade de Saúde, só que para uma população específica, que está na rua e precisa de atendimento. O trabalho é realizado de forma itinerante, mas tem os pontos específicos que costumamos ir, porque sabemos que o público é maior. Mas, realizamos também buscas ativas, identificando novas pessoas, até porque é um público rotativo, sazonal”, explica a psicóloga e coordenadora do programa Sarah Fonseca.

A equipe é formada por uma psicóloga, uma assistente social, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes sociais. A coordenadora explica, que os agentes sociais procuram primeiro entender o contexto social, depois a equipe tenta se aproximar e criar vínculo com os moradores para só então realizar o serviço.

“A nossa intenção é dedicar atenção integral a essas pessoas. Todo o cuidado que podemos desenvolver in loco, é feito como pequenos procedimentos. O que precisa de encaminhamento a gente faz também, inclusive, com a condução dessas pessoas ao serviço. A intenção é garantir o direito dos moradores de rua, que é uma parcela da população que tem demanda reprimida, com dificuldades de acessar os serviços públicos e quando a gente conduz até o serviço, estamos de fato abrindo as portas da rede”, afirma a psicóloga.

Durante os primeiros meses de atendimento a equipe identificou dez pontos fixos onde a concentração dos moradores de rua é maior. “São praças, alguns pontos na orla da cidade, em postos de combustível, avenidas, feiras livre, além dos bairros da cidade. E sempre que existe uma demanda, nós procuramos atender”, detalha Sarah Fonseca. 

A coordenadora destaca que apesar dos cinco meses do 'Consultório da Rua', o trabalho ainda está em fase de implantação, com a equipe procurando formas de lidar com os desafios que surgem. “Na maioria das vezes somos bem recebidos, as vezes eles se surpreendem com a nossa iniciativa. Mas, o maior desafio que temos hoje é fazer com que essas pessoas façam algum tipo de acompanhamento. Eles tem dificuldade de lidar com o tempo, com a disciplina, coisas que são características dessa cultura”, pontua Sarah.

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