quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Barragem de Jucazinho entra no volume morto

Compesa anunciou ontem que serão utilizados os últimos oito milhões de metros cúbicos da barragem para reverter os efeitos da seca no estado

Captação do volume morto será feita por meio de uma bomba submersa. Foto: Compesa/ DivulgaçãoA partir do próximo dia 6, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) vai começar a utilizar o volume morto da barragem de Jucazinho, em Surubim, para tentar reverter os efeitos da seca no estado. Para que seja feita a retirada dos oito milhões de metros cúbicos de água que ainda restam do volume total de 327 milhões, a Compesa está montando as bombas que podem puxar a água de locais onde a captação convencional por gravidade não alcança. Devido ao processo, o abastecimento de água foi suspenso em 12 municípios cobertos pelo sistema.

A captação do volume morto de Jucazinho será feita por meio de uma bomba submersa que atenderá ao ritmo de retirada de até 250 litros por segundo. Com isso, poderá ser mantido o rodízio anterior de dois dias com água para 28 sem água nas 12 cidades atendidas: Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Surubim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertente do Lério, Frei Miguelinho, Vertentes e Toritama, além do distrito de Ameixas. Caruaru, também no Agreste, continuaria sendo atendida pela barragem do Prata, enquanto Gravatá e Bezerros, pelos reservatórios de Brejinho, Cliper, Vertentes e Brejão. O investimento para execução dessa obra é de R$ 1,3 milhão.

Enquanto o abastecimento estiver interrompido, o atendimento será feito por meio de 40 carros-pipas, número que será ampliado para 60. Quando for retomada a captação da barragem, a população das cidades voltará a receber água pela rede de distribuição no esquema de rodízio.

Com a bomba submersa, será possível explorar a barragem por mais quatro ou cinco meses. Caso não chova até lá, a Compesa já estuda a possibilidade de atender à população com 100 carros-pipa que começaram a ser viabilizados. “Estamos nos preparando para essa realidade porque as previsões não são animadoras. Todas as projeções indicam que o El Niño virá com ainda mais força em 2016 e que, por isso, teremos chuvas abaixo da média em todo o Nordeste. Por conta disso, não descartamos o risco de colapso total de Jucazinho”, esclareceu o diretor Regional do Interior, Marconi Azevedo.

Barragem
Inaugurada em fevereiro do ano de 1998, a barragem de Jucazinho começou a levar água para o Agreste do estado em dezembro de 2000 com uma adutora até Surubim. Desde então, essa é a primeira vez que a barragem seca a ponto de um pré-colapso, acumulando apenas 2,5% de sua capacidade total. “A barragem foi uma obra acertada e que cumpriu seu papel. No entanto, não há manancial que resista a uma estiagem tão severa como a que estamos passando”, lamentou o diretor. 

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