terça-feira, 27 de outubro de 2015

Há 88 anos nascia um dos maiores líderes políticos do Agreste Pernambucano

HÁ 88 ANOS NASCIA UM DOS MAIORES LÍDERES POLÍTICOS DE GARANHUNS: JOSÉ CARDOSO DA SILVA


Nasceu em 27 de outubro de 1927, em Garanhuns. Filho de Antonio Cardoso da Silva e Maria Francisca de Assis. Com instrução primária começou a trabalhar aos 13 anos.

Foi zelador de uma barbearia, comerciante, funcionário público municipal (agente arrecadador), locutor, comerciário em Palmeira dos Índios - AL e funcionário da Assembléia Legislativa de Pernambuco, onde se aposentou.Em suas veias corria o sangue do político autêntico, filho que era de uma grande líder comunitária Francisquinha Cardoso considerada pelos garanhuenses como a primeira líder popular de Garanhuns. Politicamente sempre esteve ao lado dos mais humildes. Em 1951 como candidato a vereador deu início a sua nova trajetória, deixando de ser eleito por 8 votos. Sendo eleito vereador em 1955 pelo PTB, tendo grande atuação no legislativo, em uma legislatura que tinha nomes como Amílcar Valença, Uzzae Canuto, Raimundo Moraes, Geraldo Calado, Elias de Barros e Pedro de Souza Lima. Em 1958 é eleito 2º suplente de deputado estadual pelo PTB. No pleito seguinte (1959), com o  seu grande carisma de homem público presenteou-o com uma votação expressiva de 1.175 votos. Em 1963 é suplente pelo PST, e por força do Ato Institucional nº 01, a Assembléia Legislativa de Pernambuco baixou a Resolução 672 cassando o seu mandato e seus direitos políticos, só recuperando em 1979 com a anistia.


Em 1986 torna-se 1º suplente de deputado estadual pelo PDT, assumindo o mandato no Palácio Joaquim Nabuco, em função da saída do titular para uma secretaria  estadual. Em 1988 é o 2º colocado na disputa pela Prefeitura de Garanhuns, em 1992 está na frente em todas as pesquisas eleitorais, quando vem a falecer em abril daquele ano.

Enfrentou a  dura perseguição do regime militar instalado em 1964, por ter reconhecido a legalidade do PCB, processado que foi pela comissão de investigação sumária, em IPM do IV Exército. Em Garanhuns sofreu, juntamente com Amaro Costa e outros, forte repressão por parte do Delegado Álvaro Costa Lima. Foi perseguido, humilhado, torturado física e psicologicamente e preso várias vezes (acusado de ser um elemento agitador). 

A ditadura não perdoaria aqueles que não seguiam seus cruéis e castradores objetivos. Foram longos anos fora da política e do convívio social. Embora perseguido, nunca se acovardou. Preso inicialmente em 22 de junho de 1964 e posto em liberdade em 1º de agosto do mesmo ano. Condenado pelo referido IPM, foi preso em 10 de setembro de 1969 cumprindo pena de 2 anos na Casa de Detenção em Recife.

José Cardoso deixou sua marca em nossa história política, ninguém poderá retirar seu nome e sua "voz" da memória do povo garanhuense, embora calado por 15 anos (1964-1979) souve voltar de cabeça erguida, deixando a posteridade e aos seus familiares, quase todos aqui radicados, a imagem de alguém que sabia escutar o povo, na intimidade  do banquinho na cozinha de sua casa, conversando de "pé-de-orelha", estava pronto a servi-los, os conhecia, pois eram um deles.

A sua morte, no mesmo ano em que perdíamos outra baluarte da luta social: a deputada federal Cristina Tavares, consternou a todos, aliados e adversários. Zé Cardoso foi um homem público destemido, com propósitos nobres, que seus ideais não morram, mas reflitam-se em todos nós, pois o exemplo lembra o que a Igreja alertava em Puebla (1979), a opção preferencial pelos pobres. José Cardoso da Silva faleceu em 30 de abril de 1992.(Texto de Audálio Filho e D. Margarida Matias Cardoso).

Crônica do programa "Desfile das Cinco", programa que era apresentado por José Cardoso na antiga Rádio Difusora de Garanhuns, hoje Rádio Jornal.

Crônica apresentada no dia 02 de julho de 1957. Essa crônica foi narrada no mesmo dia da morte do Bispo Dom Expedito Lopes.

CRÔNICA:

Existem ocasiões em que tudo recordamos... Sentimentos que surgem, que aparecem sem que o saibamos definir... Presos, quetos e mudos, vamos aos poucos revivendo toda a nossa vida passada, toda nossa ilusão do presente... Um olhar... Um sorriso... Um gesto... Uma frase que ficaram gravadas para sempre em nossa imaginação!... E por te querer tanto e por te amar demasiadamente, querida, é que sofro, padeço e soluço, com as tuas constantes recusas...

Toda música, mesmo contra a nossa vontade, marca uma época em nossa existência... Quer sejamos crianças, jovens ou velhos, os nossos ouvidos se prendem a algo emotivo que uma canção encerra... Os seus acordes, a sua música dolente ou os seus versos repletos de carícias, forçosamente, traz até nós, a doce recordação de um instante... E quantas e quantas vezes esta lembrança não nos é dolorosa? E como ela em muitas ocasiões nos traz recordações felizes!...

Escuta... Deixa que eu ouça silenciosamente esta melodia... Ela é tão bela e envolvente!... Algo em si, diz do meu amor, da felicidade que sinto e desta amizade que não se afasta do meu peito, um instante sequer... Muitas e muitas vezes, chego a desejar te esquecer...

Arrependo-me desta devoção fora do comum... Mas muitos se escoam, e com eles, logo aparece esta vontade férrea de sofrer por esta amizade que só me faz um grande sofredor...

Sonhos que se sucedem... Amarguras que se dissipam... Ilusões que surgem, tornando mais bela a vida... Tudo isto, amor, vêm a mim, por teu intermédio... Imerso na minha saudade, na tristeza que não me deixa e na recordação que me persegue, estou a relembrar sempre, a cada segundo, o bem que trouxeste, a mágoa que deixaste em meu peito... E como eu te amo e quero... E como eu te preso e venero...
Do Blog do Anchieta Gueiros

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