terça-feira, 27 de outubro de 2015

Mortes - Casal já havia se separado e reatado várias vezes

Mãe de mulher que matou outra por ciúme diz ter alertado marido da filha para esconder sua pistola

Do JC Online

Casal morava em hotel e flat de luxo em Piedade, onde ocorreu o crime, no último domingo
Foto: GoogleStreetView

A mãe da auxiliar de enfermagem Juliana Saboia Ferreira da Silva, 28 anos, que, segundo a polícia, matou com um tiro a jovem Pâmela Ferreira Oliveira, 25, e acabou sendo morta por um policial militar, disse saber que a filha seria capaz de um crime do tipo. Em entrevista à TV Jornal, nesta segunda, a mulher contou ter alertado, várias vezes, o policial civil com o qual a filha vivia há quatro anos para ele esconder a pistola. “Ele dizia que o revólver estava num cofre, com senha. E como ela pegou?”, questionou a mulher, aos prantos. Juliana e Pâmela foram enterradas nesta segunda.

De acordo com a mãe de Juliana – que há seis meses teve o marido assassinado –, o casal estava brigado e ele ficou de levar as roupas dela na casa da mãe. “Mas eles sempre tinham essas arengas bestas. Depois ele voltava, com cara de choro”, contou. Ela afirmou que a filha estava desconfiada de traição e de que ele havia engravidado outra mulher. “E a polícia foi e matou ela. Não era para ter matado, não. É muito desaforo um homem botar outra mulher dentro de casa. Quem fez isso com ela também tem que pagar”.

Juliana teria saído, no domingo, dizendo que iria fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas acabou indo até o Golden Beach (hotel e flat onde o casal morava, em Piedade, Jaboatão, no Grande Recife, cuja mensalidade custa atualmente mais de R$ 5 mil). Lá, encontrou o policial com Pâmela, na piscina. Houve discussão e ele foi buscar apoio da PM, mas ao voltar as duas tinham subido para o seu apartamento. A informação da polícia é que Juliana teria atirado em Pâmela pelas costas e ao apontar para PMs, um deles reagiu e acertou seu ombro.  Pâmela chegou sem vida à UPA de Barra de Jangada. Juliana morreu no Hospital da Restauração (HR). 

Em seu perfil no Facebook, numa postagem antiga, de 2013, Juliana alertava sobre ter cuidado ao magoar alguém. Em meio a uma foto da atriz Angelina Jolie armada constava a frase: “Aqui se faz aqui se paga. Não é ameaça, é a lei do retorno”. Sua última postagem pública, em 22 de setembro, foi a troca da foto do perfil por um desenho em que aparecia beijando o marido, mesmo clima romântico de várias outras fotos.

No Instituto Médico Legal (IML) familiares e amigos tentavam entender o ocorrido. “Eles estavam meio brigados, mas isso já aconteceu em outras ocasiões e eles voltaram”, declarou o comissário Josuel Gomes da Silva, 60, amigo do casal. “Ele conheceu essa outra mulher em Água Fria, há pouco tempo, mas era só amizade”. Pâmela morava com os três filhos, de 8, 5 e 2 anos e, à noite, estudava administração. 

O caso vai ser apurado pelo delegado Guilherme Caraciolo, da Divisão de Homicídios Sul do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O marido de Juliana é da 2ª Delegacia de Homicídios do DHPP. As duas armas envolvidas no caso foram recolhidas para perícia

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