quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Médicos residentes dos hospitais de Pernambuco entram em greve

Movimento estadual acompanha pauta nacional de reivindicações. Em PE, haverá 30% dos estudantes atuando em urgências e emergências.

Do G1 PE

Categoria esteve reunida pela manhã para acertar pauta de atividades durante a paralisação (Foto: WhatsApp/Reprodução)

 

Estudantes de Medicina que fazem parte dos programas de residência nos hospitais de Pernambuco deflagraram greve a partir desta quarta-feira (9). Os alunos aderiram às reivindicações feitas pela Associação Nacional dos Residentes Médicos (ANMR), a respeito da necessidade de melhorias estruturais nas unidades de saúde do país. A greve depende de negociações da ANMR com o Ministério da Educação e segue por tempo indeterminado.

Após uma reunião na Associação Médica de Pernambuco (AMPE) na manhã desta quarta (9) para aprovar o cronograma de atividades durante a paralisação, a categoria segue em caminhada para o Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), no bairro de Santo Amaro, área central doRecife. Ao longo do caminho, os estudantes irão entregar panfletos à população esclarecendo dúvidas sobre a importância do trabalho de um médico residente e sobre as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

De acordo com representantes da categoria emPernambuco, cerca de 70% dos residentes do Estado irão paralisar as atividades. Os outros 30% irão atender somente em urgências, emergências enfermarias e Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em hospitais do Estado, como Barão de Lucena (HBL), Agamenon Magalhães (HAM) e da Restauração (HR). O Hospital das Clínicas, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi a única unidade pública de saúde em Pernambuco que não aderiu à greve até o momento. Instituições particulares como os hospitais Santa Luzia e Português também têm residentes com atividades paralisadas.

Além da pauta nacional, a categoria ainda explica que há reivindicações em âmbito estadual, como regularização de cirurgias, de fornecimento de materiais cirúrgico e hospitalar, além de reabertura de leitos fechados. “Temos colegas que faziam 30 cirurgias por semana e hoje fazem apenas quatro. É um déficit não só para o nosso aprendizado, mas também para a população, que precisa de atendimento e não tem”, reivindica Everton Abreu, um dos estudantes pernambucanos que aderiram ao movimento.

Além das reuniões com representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Hospital da Restauração, os estudantes pretendem realizar, ao longo da semana, ações sociais como aferição de pressão e testes de glicemia, além de doação coletiva de sangue. “A ideia é fazer com que a população não seja afetada. Haverá residentes atuando nos setores de urgência e emergência e as ações para atender a sociedade”, explica Everton.

No Brasil, outros dez estados aderiram à greve na última terça-feira (8). Em setembro, os residentes já haviam feito uma paralisação de advertência durante 24h para alertar o Governo sobre a pauta de reivindicações.

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