quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Prefeito é afastado suspeito de liderar grupo e desviar R$ 3 milhões, em PE

Grupo criou empresas fantasmas, lavou dinheiro e fraudou licitações, diz MP. Juiz também afastou Secretário, tesoureiro e procurador de Belém de Maria.

Do G1 Caruaru

MPPE realizou operação Pulverização para investigar desvios na Prefeitura de Belém de Maria (Foto: Ascom/MPPE)

O prefeito de Belém de Maria, Valdeci José da Silva, foi afastado do cargo, suspeito de liderar um grupo investigado por desviar R$ 3 milhões dos cofres da prefeitura do município da Mata Sul, criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações. A assessoria de comunicação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou nesta quarta-feira (2) que o secretário de Turismo e Cultura, o tesoureiro, o procurador jurídico, a presidente da Comissão de Licitação, o diretor administrativo da Secretaria de Finanças e o supervisor de Serviços também foram afastados.

A decisão da Justiça ocorreu após Ação Civil Pública do MPPE, em decorrência da operação "Pulverização", que prendeu um secretário e mais seis pessoas no dia 19 de novembro. O G1 tentou entrar em contato - por telefone - com a prefeitura deBelém de Maria, mas as ligações não foram atendidas; deixou mensagem na página oficial da administração pública em uma rede social, solicitando um posicionamento, mas até a publicação desta matéria, não houve resposta; e também também tentou conversar com o advogado de um dos secretários, mas o telefone dele estava desligado ou fora da área de cobertura.

O juiz ainda decretou o bloqueio imediato de todas as contas bancárias da Prefeitura de Belém de Maria - as obrigações emergenciais serão honradas apenas via autorização judicial. Também foram expedidos mandados às instituições bancárias e financeiras para recusar quaisquer operações bancárias nas contas da prefeitura.

Além disso, foi decretado o bloqueio, indisponibilidade e sequestro de um veículo de luxo e o bloqueio, indisponibilidade e sequestro de dinheiro e bens imóveis em nome dos envolvidos, até o montante de R$ 3 milhões.

Entenda o caso
A operação foi desencadeada na quinta-feira (19). Na ocasião, o secretário de finanças e mais seis pessoas foram presas suspeitas de desviar R$ 3 milhões da Prefeitura de Belém de Maria, criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações.

Quatro suspeitos foram localizados em Água Preta, um em Catende, um em Palmares e outro em Caruaru. "Suspeita-se que as empresas fantasmas tenham sido criadas nos nomes de cada uma das outras seis pessoas envolvidas. O dinheiro foi desviado entre janeiro de 2013 e maio de 2014", informou o promotor de Justiça Frederico Magalhães ao G1.

Uma semana após a operação ser deflagrada, na quinta-feira (26), o MPPE divulgou a prisão de um gerente de operações do Banco do Brasil de Chã Grande, na Mata Norte. Ele foi preso suspeito de facilitar a ação do grupo criminoso dentro da agência. "Ele ajudava na abertura de contas de empresas fantasmas", informou o delegado regional de Palmares, Vladimir Lacerda.

G1 entrou em contato com a assessoria de impresa do Banco do Brasil. Por meio de nota, nos foi informado que o órgão tomou conhecimento da prisão do gerente e que irá colaborar com as investigações. "O Banco do Brasil se coloca à disposição dos órgãos responsáveis pela apuração dos fatos para prestar os esclarecimentos necessários", disse a assessoria.

De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o gerente foi preso em Caruaru, no Agreste, e é suspeito de  integrar a organização criminosa. Segundo o delegado, "ele recebia o dinheiro e fazia transferências para essas contas". O homem foi encaminhado para o presídio de Palmares, conforme informou Vladimir Lacerda.

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