domingo, 14 de fevereiro de 2016

Habilidade do Governador posta à prova

Para aliados, Paulo passará pelo “principal teste” político. Uma tarefa nada fácil (Foto: Leo Motta/ArquivoFolha)
Por Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
A cadeira do Governo do Estado confere ao governador Paulo Câmara (PSB) não só a responsabilidade de administrar a maior máquina de Pernambuco, mas também de se tornar o principal condutor da Frente Popular nas eleições deste ano. O que não será tarefa fácil. Com cenários de divisão no grupo governista, em diversos municípios, as lideranças locais esperam orientação do governador para tocar seus projetos e definir seus destinos. A expectativa e missão do gestor é tentar evitar conflitos e garantir a unidade da sua base aliada, mesmo quando houver candidaturas divergentes. Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Petrolina, Caruaru e Cabo de Santo Agostinho são vistas como pontos de conflito que devem ter a atenção redobrada do Palácio do Campo das Princesas. Já a reeleição do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), é tida como prioridade máxima.
“Será o principal teste do governador. Ele vai tentar evitar situações de conflito até a exaustão. É preciso evitar o conflito para não colocar em risco a base aliada do governo”, avaliou um palaciano em reserva. Uma das lideranças que deverá procurar o governador Paulo Câmara (PSB) é o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT). Até o fim deste mês, ele espera sentar para conversar com o chefe do Executivo para tentar definir uma posição de unidade. Em Caruaru, o gestor conseguiu reunir os principais grupos da cidade representados pelas famílias Lyra, Gomes e Queiroz, além do deputado estadual Tony Gel (PMDB). Todos esperam como retorno, o seu apoio. “A escolha passa por uma discussão com ele. É evidente que há dificuldades em Caruaru por conta dos muitos candidatos. Acredito que não haverá o consenso do candidato único, porque são muitas forças conflitantes”, avalia José Queiroz.
Por enquanto, o governador Paulo Câmara vem recebendo aliados que aguardam uma posição do governo, reservadamente, no Palácio das Princesas. As conversas são iniciais e o gestor pondera que não é o momento para definir o cenário eleitoral. No entanto, a proximidade do pleito começa a forçar o socialista a tomar suas decisões. O secretário da Casa Civil, Antônio Figueira (PSB), é um dos responsáveis por auxiliar o gestor e atender aliados com pretensões eleitorais. Outro que o auxilia na tarefa é o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. Sem a experiência do ex-governador Eduardo Campos (PSB) nas costuras eleitorais, Paulo Câmara deverá usar o diálogo com aliados e lideranças regionais para tomar suas decisões.
Apesar de ter a imensa tarefa de conduzir a sua reeleição, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), também é considerado um aliado estratégico para negociar acordos nos outros municípios, devido à experiência do socialista nas eleições de 2012 e 2014.
“Quem define é Paulo, mas Geraldo terá um papel fundamental pela sua experiência”, avaliou uma fonte do PSB. Para o gestor recifense, Paulo Câmara será o principal líder do Estado nas eleições. “O governador é o grande líder do Estado, está governando o Estado em um ano de dificuldade com muita competência. Ele terá um papel importante (nas eleições)”, destacou Geraldo Julio. O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), avalia que o governador Paulo Câmara terá que desempenhar um papel conciliador. O tucano afirma que o socialista tem um estilo próprio de ouvir e ponderar as opiniões do aliados.

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