quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Dona Marisa passa por novo exame para avaliar danos após AVC

Dona Marisa Letícia foi internada na terça-feira após sofrer um AVC Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Stella Borges - O Globo

SÃO PAULO —A ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segue internada no hospital Sírio-Libanês nesta quarta-feira sob cuidados intensivos depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a assessoria do Instituto Lula, ela está em coma induzido, um procedimento padrão em casos como esse.

De acordo com boletim médico divulgado na manhã desta quarta-feira, nas últimas horas Dona Marisa foi submetida à nova avaliação tomográfica de crânio para controle do sangramento cerebral. Após avaliação da equipe médica, diz o informe, foi realizada a passagem de um cateter ventricular para monitoramento da pressão intracraniana.

Dona Marisa está sendo acompanhada pelo cardiologista Roberto Kalil, que cuida da família do ex-presidente há dez anos, e os médicos Milberto Scaff, Marcos Stávale e José Guilherme Caldas. Em entrevista ao “Jornal Hoje”, da TV GLOBO, Kalil disse que, do ponto de vista clínico, o quadro da paciente é estável, e que os próximos exames irão esclarecer sobre seu quadro neurológico.

A mulher de Lula passou mal no apartamento em que mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no início da tarde de ontem. Ela foi levada a um pronto-socorro da cidade, de onde, após exames constatarem o AVC, foi transferida para o Sírio-Libanês em uma ambulância. Marisa chegou consciente ao hospital por volta das 15h30.

Segundo Kalil, houve rompimento de um aneurisma, o que provocou sangramento no cérebro, e Marisa foi submetida a um cateterismo. Os médicos do Sírio conseguiram estancar o sangue e fizeram uma arteriografia — um exame cujo objetivo é avaliar a gravidade do sangramento nas artérias.

— Ela rompeu um aneurisma, que é uma alteração ou dilatação na artéria do cérebro. Com o rompimento, teve um sangramento no cérebro. Como todo AVC, é um estado delicado — afirmou Kalil.

O hospital informou que Marisa foi “imediatamente submetida a um atendimento de emergência, seguido de cirurgia endovascular (embolização)”, uma cirurgia feita dentro de uma artéria para fechá-la, e “oclusão do aneurisma” — o fechamento do sangramento.

O ex-presidente Lula acompanhou todo o procedimento no hospital desde o meio da tarde. Ele continua na unidade, mas a assessoria dele não soube informar se Lula passou a noite no hospital.

Por meio de sua conta no Facebook, ele desejou melhoras à mulher: “Estamos torcendo muito para que ela se recupere logo”, escreveu Lula. Após a confirmação de que Marisa iria para a UTI, ele agradeceu o apoio que recebeu: “Obrigado por todo o carinho e pensamentos positivos. Agora, é aguardar a recuperação com muita fé.”

Pessoas próximas ao ex-presidente afirmaram que, devido a coágulos no cérebro, Marisa Letícia já havia sido alertada por Kalil sobre o risco de um AVC. O próprio cardiologista afirmou que o aneurisma fora identificado há dez anos, mas que, por ser pequeno, não oferecia riscos.

— Marisa tinha tendência a esse tipo de acidente (vascular). Havia essa preocupação — disse uma pessoa próxima do ex-presidente.

À noite, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, afirmou que o procedimento ao qual a ex-primeira-dama foi submetida havia sido bem-sucedido. No fim da noite, Marisa Letícia estava inconsciente após a cirurgia que estancou um sangramento em seu cérebro. Questionado se o AVC pode ter influência emocional, Okamotto respondeu que sim:

— Para qualquer ser humano que passa pelo que ela está passando, ter os filhos perseguidos injustamente - disse.

Segundo Okamotto, Lula e outros familiares estão no hospital. Outros políticos acompanharam Lula e a ex-primeira-dama no hospital, como ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), o vereador Jamil Murad (PCdoB) e o presidente estadual do PT, Emídio de Souza.

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