segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Que descoberta! "Eu não sou Eduardo", desabafa Paulo Câmara

"Não vou mudar porque as pessoas acham que tenho que fazer isso e aquilo", diz o gestor

Por: Renata Bezerra de Melo 

Renata Bezerra de MeloFoto: Colunista

 

O ano de 2017 começa com previsões não menos duras do que as que marcaram o início de 2016. Governador do Estado, Paulo Câmara pouco conseguiu alterar as perspectivas que traçava no final de 2015. Se, na economia, os bons ventos continuam fazendo a curva um tanto distante, na política, a postura do socialista também não alterou-se. O aperto financeiro o faz repensar o projeto de reeleição? "A limitação financeira faz eu repensar a forma de administrar, como estou fazendo desde primeiro de janeiro de 2015", dribla o chefe do Executivo, sem alterar a meta de não falar em 2018, a despeito de 2017 ser já véspera de eleições gerais. "Quando chegar em 2018, a gente vê como estão as coisas e vê o que é melhor para Pernambuco", despista. Se entra ano e sai ano e a crise no País permanece desafiando o governador, a mesma repetição acontece em relação às comparações frequentes feitas entre o socialista e seu padrinho político, Eduardo Campos. Ao final de dois anos de mandato, Paulo Câmara não esconde ser sensível a isso. Não tergiversa quando indagado, durante entrevista de balanço de final de ano à Folha, se há cobranças exacerbadas para que tenha reações similares as do antecessor. "Pode ser. Mas sempre fui muito claro que não ia me transformar num personagem. Não vou ser personagem governador. Eu sou Paulo Câmara, que me

apresentei na campanha como quem eu sou, disse o que eu ia fazer e estou buscando fazer". E desabafa: "Eu tenho uma forma de conversar com as pessoas.

As pessoas, às vezes...Eu não sou Eduardo, que tinha, sei lá, uma relação diferente com a Imprensa.

Eu sou mais reservado, infelizmente". Na condição

de técnico, que não foi forjado na política, ele arremata: "Eu gostaria de conversar mais com vocês, mas, quando eu vejo, meu dia acabou e eu não tive tempo". Prevendo ano "duríssimo" para 2017, deixa um recado: "Agora, não vou mudar minha forma

de ser porque não dá mais".

"Não vou mudar porque as pessoas acham que tenho que fazer isso e aquilo", diz o gestor

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