quarta-feira, 19 de abril de 2017

Delação da Odebrecht leva Aldo Guedes, sócio de Eduardo Campos, para juiz Sérgio Moro

Giovanni Sandes

 

Ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes, era sócio de Eduardo Campos. Foto: Michelle Souza/ JC Imagem

 


As delações mais ruidosas citando o nome do empresário Aldo Guedes, sócio do falecido ex-governador Eduardo Campos (PSB), estão na petição 6863, enviada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Justiça Federal do Paraná. É a delação da Odebrecht sobre a refinaria. Já que é Petrobras, o caso foi remetido diretamente pelo ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, diretamente à 13ª Vara Federal em Curitiba. Ou seja: ao juiz Sérgio Moro. Aldo já pediu cópia integral do processo.

 

No pedido de abertura de inquérito, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, sustenta a conexão com outros casos em investigação pela força-tarefa da Lava Jato no Paraná e já sentenciados pela 13ª Vara Federal em Curitiba. Fachin concordou e enviou o material para Moro e o Ministério Público Federal do Paraná.

A conexão do novo caso, em que aparece o nome de Aldo, seria com o processo 5026212-82.2014.404.7000, que já teve sentença de Moro em 22 de abril de 2015. Naquele caso, porém, o foco era lavagem de dinheiro e formação de quadrilha para desviar, com a Camargo Corrêa, dinheiro da Unidade de Coqueamento Retardado  da Refinaria Abreu e Lima. No caso novo, a Odebrecht delatou esquemas em suas obras em dois contratos: Unidade de Destilação Atmosférica, de R$ 1,4 bilhão, e as unidades de hidrotratamento de diesel e nafta, de R$ cerca de R$ 3,1 bilhão.

De acordo com os delatores, Aldo teria se apresentado como “único representante” de Eduardo Campos e teria pedido 2% dos contratos que somam R$ 4,5 bilhões – ou seja, R$ 90 milhões.

Ao ouvir a exigência, Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht, diz ter afirmado: “Olha, acho que estamos em outro planeta”. E em seguida, conta, teria dito que só pagaria R$ 15 milhões, R$ 7,5 milhões de cada empresa do consórcio, formado pela Odebrecht e OAS, sendo o acordo aceito por Aldo.

Ainda na segunda (17) Aldo pediu cópias do caso da refinaria e também das petições do STF à Justiça Federal em Pernambuco: sobre Pirapama e Itaquitinga (na verdade formalmente o caso é identificado como campanha de Eduardo Campos).


 


O dinheiro teria sido repassado através da agência de câmbio Mônaco, alvo inclusive de uma das fases anteriores da Lava Jato, e que depois encerrou as atividades.

O pedido de Janot é específico para o caso ser remetido para Moro. E Fachin concordou

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