sexta-feira, 7 de abril de 2017

Izaias explica porque não recepcionou Governador

  


 As razões do boicote de Izaías 

Blog do Magno


Numa conversa, ontem, com este blogueiro, o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), explicou os motivos que o levaram a não recepcionar o governador Paulo Câmara (PSB), que passou o dia na cidade inaugurando obras, dando novas ordens de serviços e coordenando, por fim, o seminário “Pernambuco em ação”. Aos que o acusam de mal-educado e de ter pisado na bola, o trabalhista afirma que não passou por cima da chamada liturgia do cargo. “Não fui para não ser acusado de ter me apropriado de um evento do Governo para fazer cobranças e desabafos”, enfatizou.


“Se tivesse participado do seminário, poderia ter constrangido o governador, que não trata bem Garanhuns”, acrescentou. Régis reclama que nem nas parcerias celebradas com o município o Estado vem cumprindo as suas obrigações. Ele cita, por exemplo, o acordo para colocar em operação a unidade avançada do Samu, que atende não apenas Garanhuns e mais dez municípios da região, representando, hoje, um grande sorvedouro de recursos para os cofres municipais.


Pelo modelo, a União entra com 50% e os 50% restantes são rateados entre o Estado e o Município. Mas o Estado, segundo ele, não vem repassando a sua parte, levando o município a cobrir praticamente os restantes dos 50%. “Há um atraso de 17 meses, no valor mensal de R$ 62,5 mil. Na prática, isso representa R$ 1,062 milhão”, afirma. Outro programa em atraso, segundo ele, é o da Farmácia Básica, algo em torno de R$ 1,3 milhão. “Deste passivo, o Governo nos repassou apenas R$ 64 mil”, diz ele, com a ressalva de que teve que entrar com um processo judicial.


“Isso é uma vergonha, uma desmoralização”, assinalou. O prefeito disse, ainda, que, embora o Governo do Estado tenha espalhado placas informando que tem obras em Garanhuns, as poucas que existem, como um campo de futebol no parque Euclides da Cunha, a pavimentação de dois bairros e o calçamento em dois distritos, com recursos do FEM, o fundo de apoio aos municípios, estão paradas porque o Estado não repassa o dinheiro.


Pelas contas do prefeito, o que entrou de fato nos cofres da Prefeitura, já com a devida prestação ao Estado, representa um valor de R$ 2,7 milhões referentes ao primeiro FEM. “O segundo não está sendo cumprido e por isso mesmo as obras estão paradas”, ressaltou. Quanto às declarações do governador, de que o município se negou a fazer a doação de um terreno para construção da Escola Técnica, o prefeito afirmou que ofereceu uma área no parque de exposições, que era do Estado e foi doada ao município.


“No nosso patrimônio mobiliário não havia um terreno dentro das exigências colocadas pelos técnicos do Estado, chegamos a negociar o terreno do parque, mas as negociações não avançaram”, afirmou. O prefeito disse, por fim, que cobraria do governador o que classificou de caos na segurança pública. “Garanhuns sedia um dos maiores batalhões da PM no Estado e não há um só soldado nas ruas para fazer a segurança da população”, afirmou.


Por fim, o prefeito disse que sabia que haveria reação dos seus adversários no município se viesse a fazer um pronunciamento tão duro em cima dos pontos que antecipou ao blog. “O governador fala em reforçar o policiamento com mais 1,5 mil PMs, mas já estão indo para reserva mais de dois mil soldados”, destacou, para alfinetar. “Estamos diante de um Governo desastroso e tudo isso não iria soar bem aos ouvidos dos aliados governistas em nosso município”.


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