quarta-feira, 19 de abril de 2017

Número de vítimas de quadrilha que assassinou crianças pode ser maior



Polícia Civil apresentou detalhes da Operação Escudo da Juventude e informou que há mais integrantes foragidos


Da Editoria de Cidades 

Coletiva foi dada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (19/4)
Foto: JC

Pode ser maior o número de vítimas da quadrilha responsável por 29 homicídios nos municípios de Olinda e Paulista, localizados na Região Metropolitana do Recife (RMR), desarticulada nesta terça-feira (18/4), pela Polícia Civil, durante a operação batizada de Escudo da Juventude. O nome escolhido é uma alusão à idade das supostas vítimas do bando, que, segundo a polícia, tinham, em sua maioria entre 12 e 17 anos. Detalhes da ação foram apresentados em coletiva nesta quarta-feira (19/4), mas a polícia não repassou informações sobre as vítimas.


Os “aviões” eram mortos quando perdiam a utilidade para o grupo. Muitos desses adolescentes também terminavam consumindo as drogas, e, como não podiam pagar, eram assassinados para que servissem de exemplo para outros nas comunidades", Joselito do Amaral.


Até agora, 24 pessoas foram presas, entre elas dez detentos. Segundo a delegada do caso, Maria da Conceição Tavares, já foram identificados outros integrantes do grupo que permanecem foragidos. Pelas informações da polícia, o grupo cooptava os jovens em comunidades carentes para que servissem como “aviões” (vendedores) do tráfico de entorpecentes. “São pessoas que vivem em locais onde a renda é muito baixa e, por isso, era fácil para o crime remunerá-las”, afirmou o chefe de Polícia Civil, Joselito do Amaral.

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Segundo a investigação da polícia, iniciada em novembro do ano passado, os “aviões” eram mortos quando perdiam a utilidade para o grupo. “Muitos desses adolescentes também terminavam consumindo as drogas, e, como não podiam pagar, eram assassinados para que servissem de exemplo para outros nas comunidades. Os criminosos tinham à disposição um verdadeiro exército desses jovens, e os usavam como queriam.”

PREVENÇÃO

A operação Escudo da Juventude ainda teria evitado pelo menos três homicídios que estavam marcados para acontecer nas comunidades dominadas pela quadrilha em Olinda e Paulista. “Entre eles estava o de um menino de 12 anos, apelidado apenas de Pote de Mel”, disse Joselito. O líder da quadrilha, segundo os investigadores, é Lindenberg Lucas da Silva, 26 anos, conhecido como Berg Matador. Ele tem passagens no sistema prisional por tráfico de drogas e homicídio. Entre os presos na operação estão três mulheres, uma delas grávida. Com o grupo, os policiais apreenderam quatro armas de fogo.

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