quinta-feira, 6 de abril de 2017

Vizinho de fisioterapeuta é autuado em flagrante por homicídio qualificado e feminicídio

Edvan Luiz da Silva pode ter abusado sexualmente da vítima, diz a polícia

Por: Diario de Pernambuco

Edvan Luiz da Silva foi autuado em flagrante por homicídio qualificado e feminicídio. Foto: Polícia Civil/ Divulgação A polícia civil resolveu autuar em flagrante por homicídio qualificado, por mão ter dado chance de defesa à vítima e também por feminicídio, o vendedor de cosméticos Edvan Luiz da Silva. Ele é suspeito de assassinar a facadas a fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, de 28 anos. De acodo com o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle do Amaral, o homem também pode ter abusado sexualmente da vítima, que era sua vizinha em um flat no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. "A roupa foi arrancada porque uma parte das vestes estava sobre uma cômoda e parecia que foi arrancada. Vimos que havia um caminho de sangue por gotejamento partindo do corpo da vítima até a porta. Havia também no trinco da porta da vitima, bem como seguindo para o apartamento do vizinho dela e também na altura do trinco", explicou Amaral.

Em entrevista coletiva concedida no final da manhã para esclarecer o caso, o delegado Francisco Océlio detalhou os passos da investigação que concluíram pela autuação em flagrante:
Polícia Civil detalha investigação sobre assassinato de fisioterapeuta. Foto: Wagner Oliveira/ DP
"Possibilidade: a vítima, enquanto estava sendo atacada e tentava entrar na primeira porta que ela encontrou, mas a morte dela foi praticamente naquele local, porque todo o sangue estava concentrado alí. Ela não poderia ter tido a garganta cortada e ter andando até lá. Aquele sangue era o dela, mas não poderia ter sido ela que pegou na marçaneta. Só poderia ter sido do algoz. Como o algoz para fugir não foi para o corredor, nós procuramos sinais de gotajamento. O único sinal de gotejamento era no apartamento do Edvan. Depois de coletar todas essas informações, eu bati na porta para que ele conversasse conosco. Ele foi visto entrando às 6h50 e não foi visto saindo do prédio. O chaveiro veio e em certo ponto ele disse que a chave estava na marçaneta. Não havia possibilidade dele ter saído. O suspeito da prática delituosa estava ali. Quando ele (o chaveiro) abriu a porta, nós encontramos uma cena patética. Diante de tantos anúncios de que a polícia queria falar com ele, ele fingindo que estava dormindo, com os braços cobrindo o rosto. Entramos com arma em punho, procedimento padrão. Ficamos ao redor da cama e passei a olhar se havia sinais de ferimento no corpo dele. Alguns eram visíveis, tipo ferimento produzido por unha e uma pequena marca de sangue na perna. Nós ainda não temos resultados periciais, mas os indícios que o crime é de cunho sexual. Se trata de um feminicídio. A veste foi tirada abruptamente da vítima. Os dois não tinham uma relação afetiva. Ele disse em entrevista preliminar que cruzou com a vítima duas vezes no prédio".

Mirella foi morta com uma facada no pescoço, dentro do flat onde morava. Foto: Reprodução/ DP

O perito criminal Diego Costa, também falou sobre as provas recolhidas no local e que serão incorporadas ao laudo final do inquérito: "A gente conseguiu identificar padrões de gotajamento e contatos de sangue no apartamento do suspeito. Com o luminol, substância química, conseguimos provar que ele tentou apagar as manchas de sangue com uma camisa que depois foi econtrada em outro prédio. Tem sangue no balcão da cozinha, na sala do apartamentp, próximo ao guarda- roupa. Foram coletadas mais de 17 amostras de DNA e realizamos o exame sexológico. Foi um tempo muito curto, mas demos uma resposta rápida para  tirá-lo do convívio da sociedade. Foi até injusto a proporcionalidade do corpo da vítima e do suspeito. As lesões demostram que ela lutou até o fim para sobreviver. Ela tem vários cortes nas mãos, e há marcas de unhas dela no corpo dele e o apartamento em desalinho. As características sugerem crime sexual, com a retirada de roupa, mas só com o IML vamos poder ter afirmação concreta. A faca não foi encontrada. Deve ter caído no telhado do vizinho", disse o perito. No início da tarde, o resultado do exame de podoscopia comprovou que as pegadas do suspeito com marcas de sangue foram encontradas no apartamento da vítima.

Crime - A fisioterapeuta foi encontrada morta, na manhã desta quarta-feira, sem roupa, na sala do flat em que morava, no 12º andar do edifício Golden Shopping Home Service, na Rua Ribeiro de Brito. Vizinhos disseram que, por volta das 7h, ouviram gritos e acionaram o funcionário do prédio, que chamou a polícia. O corpo da vítima foi encontrado na sala do imóvel sem roupas e com ferimento à faca no pescoço, além de cortes nas mãos.

O apartamento 1206 estava revirado e os peritos encontraram manchas de sangue na porta do 1208. Os policiais bateram, mas como o morador não respondia, a porta foi aberta com ajuda de um chaveiro. O vizinho foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) para prestar esclarecimentos e permanece no local até agora.

De acordo com o gestor da especializada, delegado Ivaldo Pereira, o homem  conversou informalmente com a polícia e apresentou contradições sobre onde estava no momento do crime. Disse que estava em um bar no horário do crime, mas depois mudou a história e disse que estaria em um posto de gasolina. Antes do depoimento oficial, ele foi encaminhado - algemado e com uma touca ninja (balaclava) - ao Instituto de Medicina Legal para fazer o exame de corpo de delito. Edvan disse que os arranhões foram causados em uma briga que ele teve com um transeunte e por isso estava com as escoriações

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