terça-feira, 22 de agosto de 2017

Deputado espera reação após exposição da violência


Magno Martins


Os números que apontam ser Pernambuco o responsável pela metade da alta de homicídios do país no primeiro semestre de 2017 expôs nacionalmente um quadro já conhecido por quem vive no estado. Entre os que cobram resultados no combate à violência, a expectativa é que a veiculação dos dados para fora das fronteiras estaduais tenha algum efeito positivo na vida dos pernambucanos.


Para o deputado Álvaro Porto (PSD), além dos bandidos e de fatos incontestáveis, agora a repercussão nacional acua o governo de Pernambuco. “Tomara que este quadro infeliz para o estado desperte finalmente a gestão de Paulo Câmara para a realidade que muitos dos seus integrantes minimizam, negam e da qual até zombam”, afirmou em discurso, ontem, na Alepe.


Neste fim de semana, matérias jornalísticas revelaram que dos1 mil e 700 homicídios a mais, registrados no primeiro semestre no país em comparação com o mesmo período do ano passado, 913 aconteceram em Pernambuco. Os números absolutos do estado indicam que entre janeiro e julho aconteceram 3.323 crimes contra a vida em Pernambuco. Este total que supera o que foi registrado em todo o ano de 2012, quando aconteceram 3.321 homicídios, e 2013, quando foram registrados 3.100.


No discurso, Porto voltou a enfatizar que mais dos que números assustadores, aqui se convive com uma realidade de terror, com a impossibilidade de ir e vir, com perdas e indignação. “A cada dia, se sucedem os dramas de assaltados e de famílias destroçadas. Gente que chora seus medos e seus mortos, num misto de dor, pavor e revolta que as estatísticas e os discursos jamais poderão traduzir”, disse.


Ele salienta ainda que a ousadia dos bandidos ratifica a inércia da política de segurança. “O escárnio com que eles agem revela que, além de incompetência e ineficácia, o governo está paralisado, dando voltas em torno da sua incapacidade. Ou seja, o modus operandi dos bandidos deixa claro que o governo não se sabe o que fazer diante do vertiginoso crescimento da violência e da sucessão de episódios que expõem o fracasso do pacto pela vida", afirmou.


O deputado frisou que o governo se preocupa em reproduzir um discurso que está desmoralizado há tempos pela realidade mórbida de Pernambuco. Além disso, diz, aprimora a conhecida arrogância com que a gestão e seus secretários tratam a questão. 

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