segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Major Olímpio pede saída de Flávio Bolsonaro do PSL por CPI da Lava Toga

Major Olímpio (Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados)

A briga interna no PSL na questão da CPI da “Lava Toga” fez o líder do partido no senado, Major Olímpio (SP), pedir a saída de Flávio Bolsonaro (RJ) no último domingo (15). A informação é da coluna de Alberto Bombig, no jornal Estado de S. Paulo.

“Nós que representamos a bandeira anticorrupção do presidente (Bolsonaro). Eu tentei convencê-la (senadora Juíza Selma, de saída para o Podemos) a ficar e resistir conosco. Quem tem que cair fora do PSL é o Flávio, não ela. Gostaria que ele saísse hoje mesmo”, disse Major Olímpio.

Apesar da fala, o senador não deve entrar no Conselho de Ética do PSL contra Flávio. Olímpio avalia que o filho do presidente não tenha infringido nenhuma regra. “Só trazer muita vergonha a nós”, disse.

Há algumas semanas, o próprio Major Olímpio cogitou deixar o partido, depois de divergências com o PSL-SP. Ele também teria tido algumas decepções com o governo. Colegas conseguiram fazê-lo desistir da saída. Na ocasião, o senador disse que decidiu ficar e “resistir”.

Inconstitucionalidade da CPI

Em entrevista publicada neste domingo (15) no portal UOL, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da “Lava Toga” seria inconstitucional e terminaria arquivada pela própria Corte.

A Comissão investigaria a atuação de membros do Judiciário, incluindo do próprio Supremo. Mendes foi entrevistado pelos jornalistas Tales Faria, do UOL, e Thaís Arbex, da Folha de S.Paulo.

“Se essa CPI fosse instalada, ela não produziria nenhum resultado. Certamente o próprio Supremo mandaria trancá-la”, afirmou o ministro. Na conversa, Gilmar disse que os signatários do pedido da CPI sabem da inconstitucionalidade da medida, mas que avançariam com a proposta para “ecoar isso” e “continuar com a vantagem do debate e da repercussão na mídia”.

Críticas à Lava Jato

Mendes também falou sobre a Operação Lava Jato. Segundo ele, a força-tarefa tem “méritos”, mas cometeu “crimes”. Ele criticou a relação entre a corregedoria do Ministério Público e os procuradores da Lava Jato: “agiam como comparsas”.

Para o jurista, a mídia é cúmplice dos “malfeitos” da Lava Jato. “Esse fenômeno de violação de direitos não ocorreria sem o apoio da mídia”, disse.

O ministro também criticou elogios recentes à ditadura militar, sem citar os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o próprio presidente. “Temos uma geração que não sabe o que é ditadura”, afirmou.

Gilmar também abordou o julgamento no STF que pode conceder liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).”Acho que entre outubro e novembro nós julgamos isso”, afirmou.

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