quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Polícia pede prisão de médico por acidente que matou três pessoas


André Aragão Neves foi apontado pela PRF e pelo IC como responsável por colisão que deixou três pessoas mortas em Taquaritinga do Norte. Testemunhas afirmam que havia bebido antes de assumir direção

Por: Redação OP9

O motorista que provocou o acidente fugiu do local sem prestar esclarecimentos ou socorro para as vítimas. Foto: Lindemberg Macêdo/ TV Atitude Agreste/ Cortesia

De acordo com os laudos periciais, médico fez ultrapassagem irregular, provocando o acidente que resultou na morte de três pessoas. Foto: Lindemberg Macêdo/ TV Atitude Agreste/Cortesia

O delegado de Santa Cruz do Capibaribe, Luiz Carlos Lins, pediu a prisão preventiva do médico André Aragão Neves, apontado como causador de um acidente que resultou na morte de três pessoas — entre elas pai e filha — em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco. André dirigia a caminhonete Trailblazer que se chocou com um carro de passeio e uma motocicleta na BR-104 na tarde do dia 19 de outubro, matando Nelson Coelho, a filha dele Lara Teresa Casé Coelho, de 18 anos, e Suzana dos Santos Barbosa, de 24 anos. Ele também foi indiciado por homicídio doloso.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a picape entrou na contramão da rodovia e colidiu com o carro de passeio onde estavam Nelson e Lara. O veículo, ao tentar desviar, atingiu a moto na qual viajava Suzana. Segundo o delegado, além dos indícios de que André estava alcoolizado no momento do acidente, testemunhas também relataram que ele tentou atrapalhar as investigações. “O esposo de uma das vítimas contou ter recebido uma oferta para ‘abafar o caso’. Além disso, ele disse que pessoas ligadas as a André o ameaçaram, dizendo da grande influência política que tinham”, detalhou.

Lara e Nelson, pai e filha, além de uma mulher que estava na motocicleta que também se envolveu na colisão, morreram no acidente. Foto: Facebook/Reprodução

Lara e Nelson, pai e filha, além de uma mulher que estava na motocicleta que também se envolveu na colisão, morreram no acidente. Foto: Facebook/Reprodução

Para Luiz, o pedido de prisão do suspeito feito à Justiça tem o intuito de evitar danos à investigação. “Tendo em vista que a instrução criminal pode ser seriamente abalada pela coerção, uma vez que as testemunhas não tiveram a ampla liberdade de depor, a prisão preventiva tem efetivo cabimento”, explica o delegado. Depois de protocolar a solicitação no Tribunal de Justiça de Pernambuco, ele agora aguarda o parecer do Ministério Público sobre o pedido.

Na coletiva, o delegado também questionou a conduta do médico, que fugiu do local do crime e depois alegou ter ficado muito abalado. “Ele juntou aos autos uma declaração médica onde se atesta que ele foi atendido no dia 20, às 9h30. Se ele estava certo de que estava conduzindo o veículo de forma correta e que não teria ingerido bebida alcoólica, por que demorou 17 horas para procurar a polícia? Por que ele aguardou tanto tempo para procurar atendimento médico? Por que ele não ficou lá aguardando a PRF?”.

No laudo apresentado pela PRF à Polícia Civil, a conclusão aponta que o fator principal para o acidente foi a mudança de faixa de trânsito feita por André. O Instituto de Criminalística também apresentou documento atestando que a culpa exclusiva da colisão era do médico, que tentou fazer uma ultrapassagem de forma imprudente e sem observas as normas de segurança no trânsito. Além disso, pessoas que estavam no local ouvidas no inquérito afirmaram que o médico havia ingerido bebida alcoólica antes de assumir a direção do veículo. “Não posso afirmar que ele estava embriagado, mas ele ingeriu bebida alcoólica, segundo as testemunhas”, afirma o delegado. Além disso, a PRF encontrou uma garrafa de bebida junto ao banco do motorista da Trailblazer.

Uma pessoa que viajava no banco do carona da SUV e que estava com o médico antes também contou em depoimento que o motorista bebeu cerveja em Taquaritinga antes de pegar o carro. “Ele disse também que André exalava odor etílico e conduzia o veículo a mais de 100 quilômetros por hora, mas a sinalização vertical sinalizava a velocidade máxima de 80 quilômetros por hora”, alega o delegado.

Nenhum comentário: