domingo, 28 de fevereiro de 2021

Como sempre, Bolsonaro minimiza falta de leitos: 'saúde sempre teve problemas'

Colapso na rede de atendimento foi desprezado pelo presidente neste domingo; chefe do Planalto segue 'cruzada' contra medidas restritivas

Presidente utilizou conteúdo jornalístico de 2015 para defender o fim de medidas restritivas(foto: Evaristo Sá/AFP)
Presidente utilizou conteúdo jornalístico de 2015 para defender o fim de medidas restritivas(foto: Evaristo Sá/AFP)
Enquanto os números da COVID-19 continuam a subir no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar medidas restritivas tomadas por governadores e prefeitos. No pior momento da pandemia de COVID-19 no país, localidades têm enfrentado a falta de leitos de terapia intensiva. Neste domingo (28/02), contudo, o chefe do poder Executivo nacional disse que a ausência de vagas de UTI sempre foi um dos problemas da saúde.

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“A saúde no Brasil sempre teve seus problemas. A falta de UTIs era um deles e certamente um dos piores. Hoje, ao fecharem o comércio e novamente te obrigar a ficar em casa, vem o desemprego em massa, com consequências desastrosas para o país”, escreveu o presidente, em sua conta no Twitter.


Para justificar a posição, Bolsonaro compartilhou uma reportagem de 3 de março 2015, feita pela "Rede Globo", em que pacientes de diversas regiões do país relatam preocupação com a ausência de vagas de alta complexidade.

Colapso em 17 estados


O novo coronavírus faz com que a taxa de ocupação das UTIs para adultos destinadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) esteja acima de 80% em 17 estados, o que configura estado crítico, segundo o comitê Observatório COVID-19, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em nove unidades da federação, os níveis de ocupação já ultrapassam os 90%. No acre, o índice ultrapassa os 97%; no Distrito Federal, beira 95%.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), endureceu as medidas restritivas nas redondezas de Brasília. A atitude gerou insatisfação de Bolsonaro, que usou a internet para dizer, nas primeiras horas deste domingo, que “o povo quer trabalhar”.

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