terça-feira, 6 de abril de 2021

Com filhos de Bolsonaro e ex-ministro da Saúde na mira de investigações, governo troca superintendente da Polícia Federal

*BRASIL 🚔 *

O novo ministro da Justiça, Anderson Torres, anunciou nesta terça-feira (06) o delegado Paulo Maiurino como o novo diretor da Polícia Federal, no lugar de Rolando Alexandre.

"Agradeço ao doutor Rolando Souza pelo período em que esteve à frente da direção-geral da Polícia Federal. Iniciamos hoje o processo de transição do cargo para o doutor Paulo Maiurino, a quem desejo felicidades nessa importante função no Ministério da Justiça", afirmou Torres no Twitter.

Maiurino substituirá Rolando de Souza, que estava no cargo desde maio do ano passado, e será o terceiro diretor-geral da PF desde o início do governo Jair Bolsonaro.

No lugar de Eduardo Aggio, diretor da Polícia Rodoviária Federal, foi escolhido o inspetor Silvinei Vasques.

Segundo perfil na página do próprio Maiurino em uma rede social, o novo diretor-geral da PF trabalha como assessor especial de Segurança Institucional do Conselho da Justiça Federal (CJF) e atuou até setembro do ano passado como secretário de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) na gestão do ministro Dias Toffoli na presidência da Corte.

O perfil informa ainda que ele trabalhou no governo estadual de São Paulo como subsecretário de Segurança Pública (2018) e secretário de Estado (2016/2018) na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

Ainda conforme o perfil, Maiurino é delegado desde 1998, chefiou a Interpol no Brasil (2009/2010), trabalhou como assessor de Relações Internacionais da Polícia Federal (2008/2009) e chefiou os departamentos de Organização e Métodos da Diretoria de Administração e Logística da PF; Planejamento e Controle; e a delegacia da PF no Chuí (RS).

No início da gestão de Bolsonaro, a PF era comandada pelo delegado Maurício Valeixo, indicado pelo então ministro Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato. Bolsonaro reclamava da atuação de Valeixo e exigiu sua saída. Moro pediu demissão, alegando interferência política. O caso é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Desde que Rolando de Souza assumiu como diretor-geral, em maio do ano passado, a PF abriu outros inquéritos que incomodaram o Palácio do Planalto.

O mais recente deles, iniciado em março, investiga negócios envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho “04” do presidente. O objetivo da Procuradoria da República no Distrito Federal é saber se houve crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro praticados por um grupo empresarial do setor de mineração e o filho de Bolsonaro.

Os outros três filhos políticos do presidente também são alvo da PF. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é acusado de comandar um esquema de rachadinha quando era deputado no Rio. O esquema, que também abrigaria funcionários fantasmas, seria usado, ainda, pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está na mira de inquérito do STF que investiga a propagação de fake news contra ministros da Corte e o financiamento de atos antidemocráticos.

Em outra frente, a PF abriu inquérito contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para apurar se ele cometeu crimes na gestão da pandemia de covid-19. Outras duas apurações em andamento, que também interessam o presidente, são as que tratam dos atos antidemocráticos e do inquérito das fake news.

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